31/01/09

Divagações soltas

Paz

A natureza humana é inquisitiva para com aqueles que lhe parecem diferentes de alguma forma. Existe, claro, e indubitavelmente, uma série diversificada de respostas a este fenómeno que vão da admiração ao desprezo.
Estar na cidade de que se fez casa, observar a lenta e imperturbável subida das águas, a isso tenho de chamar de paz.
Pode soltar-se a fúria de todas as religiões sobre mim, não me demoverei.
Estou em paz.
Podem abrir-se todas as janelas que rodeiam o meu rio e todos os olhos acusatórios se postarem sobre mim.
Não me demoverei, estou em paz.
Não tenho sexo nem género, não tenho sensações ou sentimentos, não tenho humanidade.
Estou em paz.
Não me movem os olhares,
Amo a sensação de liberdade das grilhetas sociais.
Amo apenas as coisas que não amam,
Odeio os homens mas não posso odiar-me a mim.
Porque não amo.

16/08/08



Vícios

Preciso de vícios como de água quando os não tenho e quando não me controlam.
É frágil a linha entre o total controlo da mente e a liberdade viciosa do corpo.
Porque preciso de vícios? E daí, porquê apenas quando deles me rodeio? Em qualquer outra altura são invisíveis em presença, mas quando surgem tornam-se ensurdecedores.

24/10/08



Porquê, uma última vez

Amo apenas a solidão...
Como pude tantas vezes afirmar tal coisa com a certeza de uma verdade provada derradeira?
Não passo de uma criança, na verdade. Amo uma ilusão, uma falsa ilusão... mas amo, saber isso é suficiente. Sou humana, apesar de tudo. Odeio sê-lo mas sou, e mesmo uma qualquer força viciosa não pode alterá-lo.
Mas então porquê?
Porque não me sinto humana?

23/01/09

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