28/08/09

Odeio

Há poucas coisas que odeio na vida,
Não odeio homens, lugares ou situações.
Mas odeio ideias que se assumem verdades.
Odeio a descriminação genética,
Odeio que sejamos separados de nascença pelos cromossomas com que a eventualidade nos tocou.
Odeio as igrejas, as religiões, as entidades que nos julgam.
Odeio que ditem como devo ser e como devo agir por me ter calhado o género feminino,
Não o escolhi.
Odeio que os géneros se separem para se unirem na diferença.
Odeio ter útero.
Odeio ter a função genética procriadora.
Odeio crianças, humanos em vias de desenvolvimento,
E odeio a repulsa que me causam pelo que representam na imagem do género feminino.
Odeio os preconceitos e as obrigações tradicionais.
Odeio ver como os demais não odeiam a sua condição genética, como a aceitam.
Odeio que sejam felizes na diferença tornando impossível o meu sonho de igualdade.
Odeio o feminismo,­
Odeio o machismo,
Odeio a diferenciação.
Mas principalmente odeio ter nascido no lado errado da divisão.

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